II Curso de Direção / Estágio
Jean-Sébastien Béreau



Banda Marcial de Nespereira
A Banda Marcial de Nespereira é uma banda centenária, fundada em 1853, fruto da união de esforços de vários nespereirenses, entre os quais José Valente Coutinho e José Pinto de Castro, seu primeiro maestro. A sua vitalidade verifica-se porque em mais de 160 anos de história nunca teve interrupções na sua atividade. A sua primeira atuação foi no domingo de Páscoa, acompanhando o Compasso, razão pela qual, ainda hoje, tradicionalmente a primeira atuação da época é a apresentação aos sócios no domingo, após a missa.
Além de animar festas e romarias na região e um pouco por todo o pais, podem destacar-se as atuações realizadas em Espanha por duas ocasiões, o 2.º lugar no Concurso de Bandas Amadoras em Loures, a atuação no Parque Mayer em Lisboa e o concerto comemorativo dos 150 anos da Banda que juntou em palco 150 músicos oriundos de todo o país.
Desde a fundação, foram muitos os “heróis” que permitiram que a coletividade mantivesse a sua vitalidade, destacando-se talvez, pela sua prontidão, disponibilidade e polivalência, os saudosos Américo
Valente Coutinho (do Paço) e Carlos Pinto Valente. Não podem ser esquecidos os importantes contributos dos também já falecidos José Soares e José Corrêa dos Santos, que permitiram na década de 50que a Banda prosseguisse e se afirmasse definitivamente, tendo mesmo o primeiro destes dois lançado fortes sementes na família, de tal forma que o seu filho Armando de Sousa Soares, tornar-se-ia um dos maiores beneméritos da coletividade atéaos seus últimos dias.
Ao longo da sua ininterrupta existência contou com 23 maestros, pertencendo o recorde de longevidade a Vitorino do Amaral Semblano que esteve à frente da Banda durante 49 anos! Em 1991,
sucedendo a Luís Fonseca e a Joaquim da Silva Fernandes, chega a Nespereira o Prof. Agostinho Vieira, que se manteve até 2002, elevando o seu nível. Seguiu-se até 2014, o maestro Alexandre Coelho, um dinâmico filho da terra e da Banda, que lhe proporcionou um assinalável desenvolvimento artístico e reconhecimento no meio musical. Actualmente é dirigida pelo Maestro Francisco Sequeira.


Desde 1980 que institucionalmente a Banda se tornou uma associação, assumindo o nome de Centro Recreativo e Cultural de Nespereira. Atualmente é constituída por cerca de 84 elementos, na sua maioria naturais ou residentes na freguesia de
Nespereira, de todas as faixas etárias. A principal origem dos músicos da Banda é a sua escola de música, com cerca de 30 alunos e 8 professores, cujos conteúdos programáticos são de acordo com o lecionado em academias e conservatórios oficiais. No âmbito da escola surgiu a orquestra de sopros, que além de ter a função de integrar os jovens alunos, tem-se apresentado em diversos concertos, quer em eventos escolares, quer a convite de várias entidades e instituições.
Além destas, a instituição mantém ainda um grupo coral, para animação de missas festivas e um grupo de música tradicional «O Concerto», cujo trabalho de recolha e divulgação de música tradicional de baile resultou na gravação de um CD. Teve também uma orquestra ligeira com a qual gravou um CD, proporcionando a toda a comunidade e aos músicos novas linguagens e géneros musicais que abrilhantaram inúmeros eventos no início deste milénio. No ano de 2014, a Banda de Nespereira procedeu à gravação de um CD com algumas obras do seu vasto repertório, com título “Memórias do Povo”.
No final de 2014, tomou posse como Maestro e Director Artístico da Banda de Nespereira o Maestro Francisco Sequeira, que assegurará a continuidade no trabalho de crescimento e reconhecimento da Banda, reforçando a sua qualidade artística e preparando-a para novos desafios no futuro.
Hoje como ontem, esta “velhinha” mas sempre atual coletividade procura dignificar os costumes passados e os usos presentes dos nespereirenses, para que no amanhã possa, com carinho e respeito, continuar a ser apelidada de “a nossa Jaquina”.
Francisco Sequeira nasceu em Avintes, Vila Nova de Gaia, em 1971. Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Noisy-le-Séc e posteriormente na Banda de Tarouquela; mais tarde, frequentou a Academia de Música de Castelo de Paiva e o Conservatório de Música do Porto. Licenciou-se na Academia Nacional Superior de Orquestra no curso de Instrumentista de Orquestra (percussão). Colabora frequentemente com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e a Orquestra Gulbenkian.
Pertence, desde 1997, aos quadros da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana onde ocupa o lugar de coordenador do naipe de Percussão e Professor em diversos cursos de formação. Foi aprovado, em Janeiro do ano 2000, para o lugar de percussionista (solista B) na Orquestra Nacional do Porto. Em Abril de 2005 foi vencedor do lugar de (solista A), Tímpanos/Percussão, da Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Leccionou a disciplina de Percussão no Conservatório Nacional de Lisboa, Academia de Música de Alcobaça, Orfeão de Leiria, Escola e Conservatório de Música da Metropolitana, “ETIC” - Escola Técnica de Imagem e Comunicação, Conservatório Regional de Setúbal e no Conservatório e Escola Profissional da Metropolitana. Foi coordenador e professor de Música de Câmara do curso profissional da Escola de Música do Conservatório Nacional.
Frequentou Master Classes de direcção com os Maestros Jo Conjaerts, Jean-Sébastien Béreau, Rafael Albors, Timoyhy Reynish, Félix Hauswirth e Mitchel Fenell.
Frequentou, entre 2007 e 2009, o Mestrado em Direção de Orquestra de Sopros no Instituto Piaget de Almada tendo tido como professores Alberto Roque, André Granjo, Délio Gonçalves, José Brito, Félix Hauswirth, MitchelFenell, Jo Conjaerts e Jean-Sébastien Béreau. Realizou a sua prova prática final de Direcção de Orquestra em Março de 2010 sob orientação do Maestro Jean-Sebastien Béreau, dirigindo a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, tendo obtido a classificação de 19 valores.
Como mestrando teve oportunidade de dirigir a Banda Sinfónica do Exército, a Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública e a Banda Sinfónica da GNR.
Como Maestro, dirigiu diversos concertos em espaços como o Teatro S. Carlos, Teatro S. Luís, Teatro da Trindade, Teatro S. Jorge, Academia de Ciências, Teatro Tivoli, Aula Magna, Centro Cultural Olga Cadaval, Campo Pequeno e Coliseu do Porto, apresentando-se com diversas formações: Ensemble de Palhetas duplas, Orquestra do Sinfónica do Conservatório Nacional, Ensemble de Sopros do Conservatório Nacional, Brass Band do Conservatório Nacional, Orquestra Jovem de Sopros do Conservatório Nacional, Orquestra de Sopros do Conservatório Nacional e Orquestra de Sopros do Conservatório de Artes do Montijo.
Em 2013 dirigiu a Banda da Sociedade Filarmónica Humanitária, no âmbito do “ciclo de Maestros convidados” e o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa no âmbito do programa anual “Novos Maestros, Novos Compositores”.
Foi o Maestro convidado para dirigir, em Outubro 2015, em Lisboa, o concerto “Portugal Solidário” acompanhando: The Gift, Helder Moutinho, Marta Hugon, FF, António Chaínho e Mafalda Veiga. No mesmo mês dirigiu, no Centro Cultural Olga Cadaval, a cantata cénica “Carmina Burana”, com a colaboração do Coro “Lisboa Cantat”.
Tem sido regularmente convidado pelo Maestro Jean-Sebastien Béreau como seu assistente. Em Junho de 2014, dirigiu a ópera infantil “Brundibar” no Teatro Tivoli e, posteriormente, no Teatro S. Carlos em colaboração com a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Dirigiu, ainda, o Musical “Nazareno” no Campo Pequeno e Coliseu do Porto. Realizou estágios de Orquestra na Escola de Música do Conservatório Nacional, na Sociedade Musical Gouveense, na Banda de S. João de Areias, no Conservatório Regional de Artes do Montijo, na Escola Profissional de Artes da Covilhã e no Conservatório de Música da JOBRA.
É, desde Janeiro 2014, Maestro da Banda da Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo (Oeiras) e, desde Outubro 2014, Maestro da Banda Marcial de Nespereira (Cinfães).
Francisco Sequeira
